segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Franco quem?


Dr. Franco da Rocha

http://www.polbr.med.br/arquivo/wal0403.htm



Foi então que o médico Francisco Franco da Rocha, a serviço do Governo do Estado, foi designado para administrar o mais novo e famosos hospital psiquiátrico do Brasil. Inaugurado em 1898, com capacidade inicial de 800 leitos, o hospital ocupava um terreno de à margem da linha férrea, próximo à estação Juqueri.

- O Dr. Francisco Franco da Rocha nasceu em 1864, na cidade de Amparo. Filho do médico Joaquim Franco da Rocha e da Senhora Maria Isabel Galvão Bueno Franco da Rocha. O médico, que posteriormente deu origem ao nome da Cidade, cursou o primário e o ginásio na Cidade de São Paulo. A Faculdade de Medicina foi cursada na Cidade do Rio de Janeiro, assim como a residência médica na Casa Eiras (foto acima), considerada até então o maior e melhor Centro Psiquiátrico do País -

“Asilo Provisório de Alienados da Capital de São Paulo” foi instalado em 14 de Dezembro de 1852, enquanto o “Hospício D. Pedro II“ em 05 de Dezembro do mesmo ano. Em 1864, mudou-se o Hospício para um chácara junto á Ladeira da Tabatinguera, onde existia um velho sobrado de propriedade do Padre Monte Carmelo, recebendo a designação popular de “Velho Hospício da Várzea do Carmo”. Desde então , até 1868, Thomé de Alvarenga

Desde 1895, insistiu para que fosse construído um Manicômio Judiciário, reservado aos alienados criminosos. Isso só foi concretizado mais tarde, em 1927, graças á iniciativa de Antônio Carlos Pacheco e Silva.

Franco da Rocha como os alienistas brasileiros em geral, aplicaram o que havia de mais moderno na psiquiatria asilar da época. Pena que isso foi feito quando toda estrutura do asilo estava falindo. Desde a metade do século XIX já não havia condições de aplicar o “tratamento moral”, os asilos se tornaram depósitos de pacientes cronificados ou em cronificação.


Nos depoimentos de Rubião Meire, Pacheco e Silva, Marcondes Vieira , Ulisses Paranhos e outros, Francisco Franco da Rocha era aparentemente tímido, reservado e frio.


Em 03 de abril de 1928, por iniciativa de discípulos e amigos, foi erguida uma herma de bronze de Francisco Franco da Rocha no saguão do hospital. Franco da Rocha, presente á cerimônia , depois de saudado por vários oradores, recebeu um ramo de rosas oferecido por um velho doente crônico, com as palavras: “Doutor Franco”.


Franco da Rocha desenvolveu pesquisas acerca de psicose maníaca - depressiva e da paranóia, também estudada por Juliano Moreira e Afrânio Peixoto. Passou em revista o quadro da epilepsia psíquica, na ausência de crises motoras, acarretando tantas vezes reações violentas e anti-sociais, e as manifestações polimorfas da histeria, em conexão como fenômeno hipnótico


Como um dos pioneiros da Psiquiatria Social no Brasil, estudou as desordens mentais das multidões, os transtornos psíquicos em conexão com a raça negra e as epidemias de loucura religiosa, descrevendo particularmente uma epidemia desencadeada na cidade de Taubaté, ao influxo da sugestão espírita, em 1895. Arvorou-se num dos construtores da nossa Psiquiatria Forense, pontificando acerca das múltiplas questões médico - legais relacionadas com os distúrbios da mente, consoantes demonstram os seus numerosos laudos e pareceres até hoje preciosamente arquivados no Foro de São Paulo. Em adesão á Escola Penal Positiva, todo criminoso encerraria uma personalidade, mais ou menos, mórbida, merecendo punição conforme o seu grau de periculosidade e, em muitos casos, exigindo a aplicação de medidas de segurança social. Certo Juiz discordou do diagnóstico de insanidade mental estabelecido na pessoa de um delinqüente: Franco da Rocha teria sido parcial e mesmo venal, buscando descabidamente escamotear o criminoso á reclusão na penitenciária. Em veemente artigo intitulado “A Jurisprudência Fóssil”, Franco da Rocha protestou contra a calúnia e o criminoso, reconhecido como doente mental, foi despronunciado e recolhido ao Hospício Forense, publicado em 1904, lanço o primeiro tratado sobre a matéria no meio brasileiro, com duas edições esgotadas e traduzidas para o alemão. Salientou-se também como um dos primeiros propugnadores do movimento da Higiene Mental no Brasil, através das suas preleções e escritos dedicados, á luta contra o alcoolismo e outros flagelos sociais, a psicologia das superstições, a prevenção da delinqüência e a outros problemas inerentes a área psico - higiênica

Francisco Franco da Rocha, profundo humanista, dominava o Alemão e outras línguas vivas, no objetivo de se manter atualizado acerca de tudo quanto fosse publicado nos maiores centros psiquiátricos, assim como conhecia o Grego e o Latim


Franco da Rocha faleceu em São Paulo, em conseqüência de enfisema pulmonar, aos 69 anos de idade, em 8 de novembro de 1933.

Nenhum comentário: