segunda-feira, 10 de setembro de 2007

eugenia.



Marcos Virgílio da Silva é arquiteto pela FAU-USP e consultor ambiental, Marcos Virgílio da Silva é mestrando na área de História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo, também pela FAU-USP, e desenvolve pesquisa sobre a influência de doutrinas biológicas na formulação da idéia de “meio ambiente urbano”



A hipótese básica deste trabalho é que não apenas o chamado higienismo explica as intervenções urbanas no início do século XX, mas também o intuito de promover a melhoria da raça. A atuação da psiquiatria para com as doenças hereditárias, os distúrbios mentais e as malformações físicas são bons exemplos da ideologia eugenista, à qual poderia ser relacionada a criação dos manicômios públicos e dos sanatórios.

Segundo definição do próprio Galton, Eugenia é a “ciência que lida com todas as influências que melhoram as qualidades natas de uma raça; também aquelas que as desenvolvem à máxima vantagem” . Seus objetivos podem ser assim descritos: “reunir tantas influências quantas possam ser razoavelmente empregadas, para fazer com que as classes úteis na comunidade possam contribuir mais do que sua proporção para a geração seguinte” .



Nome central dessa instituição, e do eugenismo brasileiro, é o do ativista e médico Renato Ferraz Kehl

Não há solução para os males sociais fora das leis da biologia, Não há política racional, independente dos princípios biológicos, capaz de trazer paz e felicidade aos povos. Eis por que a política, por excelência, é a política biológica, a política com base na eugenia.



Belisário Penna, membro efetivo da Comissão Central Brasileira de Eugenia.


Sociedade Eugênica Brasileira


Antonio Carlos Pacheco e Silva

criou o Sanatório Pinel de Pirituba, para suprir a demanda proveniente do processo de urbanização e combater os “detritos da civilização”

Freqüentemente, nas grandes aglomerações, os homens deixam-se conduzir por indivíduos tarados, portadores de estados psicopáticos, de idéias mórbidas de reivindicação, de delírios pleitistas, de idéias delirantes de perseguição. Tais tipos mórbidos são dotados de grande capacidade de proselitismo e são extremamente ativos na defesa de suas idéias mórbidas, razão por que exercem grande influência sobre as massas

Os saberes psicológicos1 tiveram intenso contato com as teorias raciais, pois estas forneciam subsídios para abordar problemas como as causas da loucura (Rocha, 1901), saúde mental (Cunha-Lopes, 1954), inteligência (Kehl, 1929), personalidade (Kehl, 1946), educação (Decroly, 1929) e do comportamento individual e social (Cavalcanti, 1933).



trecho das atas do primeiro encontro do eugenistas:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2005000200006&lng=pt

O trabalho apresentado por Ubirajara da Rocha e Arauld Bretas (1929), médicos assistentes do Laboratório de Psychologia da Fundação Gaffrée Guinle do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, trouxe uma revisão das técnicas de seleção de pessoal para a indústria de acordo com a teoria do discriminacionismo affectivo, proposta por Waclaw Radecki. Claramente influenciado pelas idéias de Galton, a técnica do psicólogo polonês radicado no Brasil, buscava uma caracterização do perfil psicológico através de uma correlação psico-fisiológica individual. Seu teste classificava quantitativamente as faculdades do Inttelecto (visão, audição, sensações estáticas e kinestesicas, faticabilidade, tempos de reação, processos imaginativos, atenção, memória e pensamento), da Affectividade (sensibilidade e emotividade) e da Vontade (habilidade, aptidões e persistência). Com este teste traçavam-se perfis individuais, segundo a acuidade sensitiva e a caracterização volitiva e afetiva, exatamente como recomendavam as resoluções do congresso.

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